quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Projeto - Depois que Passa Tempestade

"Era imagem . Se o erro é proposital . Eu escrevi e quis apagar . Como se se apagasse . O tempo levasse embora . E o silêncio congelasse . Uma voz me dizia bem lá dentro . Pra ter força . Que o tempo é o vento . Que as ondas carregam."
Társila




“Começou quando eu estava num dia triste. Indignada. Abri o caderno, vi as ondas da tinta, escrevi com força, aleatoriamente, sem saber onde a linha terminaria, só pela disposição do espaço, foram caindo as lágrima... Daí, veio a ideia. De borrar tudo. Aquele momento era arte para mim e eu não podia perder. Naquele momento notei que a arte seria justificada no conceito que o livro carrega em si: do momento eternizado, uma pesquisa que se edifica no conceito metodológico do caminhar – experimentar erros e acertos, que gera outros erros e acertos. Primeiramente, a ideia me tocou como momento espiritual: ao ver a lágrima caindo no poema e borrando tudo. Era rápido: a tinta se espalhava em manchas de transparência. Achei interessante e jorrei mais água, muita água e, enquanto secava, fui manipulando a folha para formar contrastes das manchas no papel e filmei esse processo.  Foi uma ação de enterrar momentos passados. Acho que enterrar é uma palavra pesada, dura, sofrida, arada. Acho mais suave a água.”

O choro, nessa pesquisa, é elemento necessário para respirar. Em que chorando uma vez quando nasce, significa estar vivo, também chora-se para renascer. O choro, a lágrima, a água, é associado ao modo de desconstrução do que havia sido formado. Modo de desconstrução essa que é inerente na rememoração individual, transformando em eterna mudança o que era certo e estável. O choro como passagem, é um parto. 

Relato de pesquisa apresentado à Faculdade 7 de Setembro - participação do VIII encontro de iniciação científica da faculdade sete de setembro.




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